quinta-feira, maio 24, 2007

Muita parra, pouca uva

O metro ligeiro de superfície não poluente que as autarquias da Amadora e Odivelas estão a estudar para ligar os dois concelhos vai ter o futuro interface de transportes públicos da Reboleira como estação terminal. Fonte da Câmara da Amadora disse ao DN que o objectivo é "aproveitar uma parte dos terrenos das instalações da Bombardier para aí criar as infra-estruturas necessárias ao avanço do projecto", incluindo um parque de estacionamento de grandes dimensões, que servirá também a estação da CP da Reboleira e a futura estação de metropolitano de Amadora Oeste, cujo concurso encontra-se em fase de consulta pública.

Partindo da Reboleira, as carruagens do eléctrico ligeiro seguirão, depois, em direcção à Falagueira rumo ao Casal de São Brás, subindo a estrada da Serra da Mira. Atravessarão, de seguida, a rotunda com o vulcão de água que ornamenta a Praça Conselho da Europa, passarão junto à urbanização do Casal da Boba, virarão à direita para circular debaixo do túnel que permite o acesso ao Alto da Brandoa e ao Monte da Galega e descerão em direcção ao centro comercial Dolce Vita Tejo, continuando depois até Odivelas.

Apesar das ruas da Amadora não serem largas, o presidente do município garante que as condições morfológicas da cidade não constituem um impeditivo à passagem do metro. "Há espaço para avançarmos com o projecto, até porque este sistema de transporte terá prioridade em relação aos veículos, como acontece nas ruas da Europa que já têm estas vias. Sempre que for necessário, corta-se o trânsito para o eléctrico passar", diz Joaquim Raposo.

Além das autarquias de Amadora e de Odivelas, estão envolvidos no projecto promotores privados dos dois concelhos, com interesses específicos no avanço desta nova linha. A administração do Dolce Vita Tejo, que aquando da apresentação pública do projecto anunciou que este teria uma estação de metropolitano ligeiro que serviria os dois concelhos, está interessada a atrair consumidores para os seus estabelecimentos. Os promotores imobiliários da urbanização da Cometna (Falagueira), também pretendem ver melhorados os transportes na zona.

A ligação de São Brás ao metro e ao comboio na Reboleira facilitará ainda a vida às milhares de pessoas que já residem na freguesia e às que são esperadas na nova urbanização que está a ser construída no Casal de Vila Chã, a poucas centenas de metros. "O traçado que propusemos serve a população dos dois concelhos a norte", sublinha Joaquim Raposo.

Apesar de a abertura do Dolce Vita Tejo - o principal impulsionador do projecto - estar prevista para o final do próximo ano, o novo metro não estará concluído a tempo da inauguração. Neste momento, além do estudo da solução técnica que será adoptada e do tipo de carruagens que serão adquiridas, está a ser elaborado o traçado definitivo da linha. A análise do custo de construção e da viabilidade económica do projecto também ainda não foi concluída.

O presidente da Amadora recusa-se a avançar montantes. Diz que a maior parte dos "alguns milhões" necessários será suportada por "financiamento essencialmente privado". Segundo o autarca, a Metro de Madrid e a Caja Madrid mostraram interesse em investir no projecto. Nos próximos meses, deverão ser agendadas reuniões com responsáveis do Governo no sentido de "garantir algum apoio público" para a obra.

Fonte: DN - 24.5.2007

Consome, consome - mata a fome

Com data de abertura prevista para o final de 2008, o Dolce Vita Tejo passará a ser o maior centro comercial da Península Ibérica. O novo empreendimento que a Amorim Imobiliária e a ING Real Estate Development estão a construir nas imediações do Casal da Mira, na Brandoa, a escassos metros da Radial da Pontinha, terá uma área bruta locável de 122 mil metros quadrados.

Além de um hipermercado Jumbo, do Grupo Auchan, que ocupará uma área de 23 mil metros quadrados, estará equipado com 280 lojas satélites, 15 lojas âncora, 30 restautantes e uma área com seis mil metros quadrados de "entretenimento inovador", como prometeu Rui Alegre, presidente da comissão executiva da Amorim Imobiliária, aquando da apresentação pública do projecto, em Setembro de 2005.

O parque de estacionamento do futuro espaço comercial, que custará cerca de 200 milhões de euros e criará cinco mil postos de trabalho directos e oito mil indirectos, terá nove mil lugares. "É a primeira vez que se constrói em Portugal um parque com esta dimensão", frisa o executivo.

A 8 de Janeiro deste ano, a obra Dolce Vita Tejo foi embargada porque um dos seus acessos estava a ser construído em leito de cheia, mas foi parcialmente desembargada 16 dias depois.

Fonte: DN - 24.5.2007

quinta-feira, maio 17, 2007

Em estudo criação de metro de superfície entre a Amadora e Odivelas


As câmaras da Amadora e Odivelas pretendem construir um metro de superfície não poluente para ligar os concelhos, tendo já encomendado um estudo para definir o traçado e calcular os custos da obra.

Segundo afirmou ontem o vereador dos Transportes na Câmara Municipal da Amadora, Gabriel Oliveira, a decisão foi tomada na sequência da inviabilização, em 2005, de um projecto de transportes públicos que envolvia também as autarquias de Oeiras e Loures.

Gabriel Oliveira referiu que não estão ainda definidos o orçamento e as datas do novo projecto, mas adiantou que o financiamento será baseado em parcerias público-privadas e permitirá transformar a Reboleira (Amadora) - onde o Metropolitano de Lisboa chegará até 2010 - num "importantíssimo interface".

"Vamos utilizar tecnologia que não existe em Portugal, e que mesmo no resto da Europa só existe em três países um veículo híbrido, eléctrico, completamente não poluente, que tem a facilidade de um autocarro e a qualidade do metro", explicou.

O autarca acrescentou que a empresa construtora do futuro centro comercial Dolce Vita Tejo, na Brandoa, é já um dos parceiros envolvidos num estudo da viabilidade do projecto, encomendado pelas duas autarquias no ano passado. Adiantou ainda que a nova linha deverá ser posteriormente estendida ao concelho de Loures e que poderá também fazer a ligação entre as linhas Azul e Amarela do Metropolitano de Lisboa.


Fonte: Jornal de Notícias - 17.5.2007

quinta-feira, maio 10, 2007

Amadora aposta em novas políticas na recolha de resíduos sólidos

Novos circuitos de recolhas e acções direccionadas junto dos produtores de resíduos têm produzido resultados significativos

A Câmara Municipal da Amadora (CMA) desenvolveu, durante o ano de 2006, um conjunto de estudos, com o objectivo de melhorar as condições de deposição dos resíduos sólidos urbanos, de forma a aumentar a recolha selectiva de subprodutos.

Uma das medidas implementadas foi a recolha de resíduos orgânicos junto dos grandes produtores, tendo-se inclusivamente iniciado um novo circuito no final do ano. Já no que diz respeito à recolha de papel/cartão e embalagens, foi implementada esta recolha nos estabelecimentos de ensino, através do reforço de mini-ecopontos. Mas nem só as escolas são alvo deste tipo de práticas. A CMA iniciou igualmente um circuito, em Março passado, que abrange cerca de 100 comerciantes, junto dos quais a CMA promove a recolha de papel e cartão, sem qualquer encargo para a entidade produtora.

Circuitos novos e renovados

Comparativamente com o ano de 2005, a CMA aumentou o número de circuitos de recolha de resíduos, sendo actualmente 25 (6 de reciclados) os circuitos a funcionar, e renovou alguns, de forma a maximizar os recursos com base numa melhoria da remoção de lixos orgânicos e diferenciados (recicláveis).

Automaticamente, esta renovação começa já a ser sentida. Tomando em consideração números anteriores, verificou-se, durante o ano de 2006, um aumento na percentagem da recolha selectiva de resíduos: 1 929 toneladas de papel e cartão (+ 14,6%); 1 595 toneladas de vidro (+ 12,8%); 452 toneladas de embalagens (+ 32 %) e 807 toneladas de resíduos orgânicos (+ 92 %).

Mais equipamento, melhor recolha

O ano de 2006 foi também o ano em que se verificou um aumento na disponibilização de equipamentos de recolha de resíduos, com destaque para os contentores de grande capacidade, os chamados moloks (702 em 2006, contra 539 em 2005) e para o número de pontos de recolha de resíduos orgânicos disponibilizados (112 em 2006, contra 41 em 2005).

Ecocentro também mostra resultados

O Ecocentro de Carenque, local para depósito de resíduos recolhidos fora dos locais habituais de deposição (contentores, moloks, ecopontos), apresentou, em 2006 um aumento de 79% (2 143 toneladas) comparativamente ao ano de 2005, no total de resíduos depositados, sendo que a quase totalidade destes resíduos são passíveis de reciclagem. Este aumento deve-se particularmente aos protocolos assinados com as Juntas de Freguesia do concelho da Amadora relativamente à recolha e deposição dos chamados lixos especiais.

Casal da Mira ganha parque desportivo

Os moradores do bairro de realojamento do Casal da Mira, na freguesia da Brandoa, Amadora, têm, desde ontem, um minicampo multiusos para a prática do desporto. O equipamento, construído através de um projecto de parceria entre o Governo, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Câmara Municipal da Amadora (CMA), há muito que era aguardado, sobretudo pela população mais jovem, que não tinha nenhum espaço no bairro para a prática de actividades desportivas.

"Vamos tentar manter o espaço aberto à população, para que todos possam usufruir do equipamento. Para já vamos organizar um campeonato de futebol de rua com outros bairros do concelho para que este campo seja rentabilizado", explica António Leite, da associação Unidos de Cabo Verde, instituição que fará a gestão do equipamento.

Já Valter Barbosa, um jovem morador, considerou que "a inauguração do campo é boa", mas destacou que "é pouco para as pessoas que moram aqui". "Necessitamos de mais um espaço, que seja coberto, para os jovens poderem praticar desporto. O bairro não tem nada", justifica.

Há um ano o minicampo tinha sido prometido à população, o primeiro no âmbito de um projecto nacional - orçado em um milhão e 300 mil euros- que pretende dotar outras 100 áreas carenciadas com este tipo de equipamento. "Este é um projecto, acima de tudo, a favor da inclusão social", garantiu o ministro da Presidência, Silva Pereira.

In Jornal de Notícias - 5.5.2007

População do Casal da Mira recebe apoio médico na rua

Kelly Nascimento teve uma consulta invulgar. Foi atendida na rua, na carrinha onde funciona o apoio médico aos moradores do Casal da Mira, um bairro da Amadora onde foram realojadas pessoas que viviam em barracas. Sem dinheiro para comprar os medicamentos para a asma que lhe foram receitados no Hospital Amadora-Sintra, procurou um dos médicos que estão a dinamizar o projecto para que este os substituísse por genéricos. "Soube pela farmácia que eles vinham cá, aproveito e levo também uns brinquedos", disse ao DN.

Montada junto ao posto móvel onde todos os sábados são dadas consultas de saúde materna, planeamento familiar e vacinação, a banca com jogos, roupa e livros funciona como um chamariz para os mais novos. É junto a ela que os voluntários da Associação de Jovens Promotores da Amadora Saudável distribuem preservativos, contraceptivos e folhetos sobre o HIV. As irmãs de Leni Lima, de 15 anos, já lá foram. Ela ainda não o fez. "Tenho vergonha", assume.

Todos os sábados são atendidas naquele posto móvel cerca de 15 pessoas. Desde que o projecto foi lançado, em Fevereiro, com o apoio do Ministério da Saúde, do Centro de Saúde da Venda Nova e da Associação Unidos de Cabo Verde, o número de utentes tem vindo a aumentar. As mulheres e crianças vão de manhã. Os homens e os adolescentes, à tarde. Se não fosse este serviço, muitos destes moradores só teriam assistência em caso de urgência.

In Diário de Noticias - 6.5.2007

Lixeira a céu aberto às Portas de Benfica é 'cartão-de-visita' da Amadora

Quem entra na Amadora, oriundo de Lisboa, pelas Portas de Benfica, depara-se com um cenário desolador um depósito de lixo, a céu aberto, que congrega os despojos das demolições do antigo bairro das Fontainhas, entretanto demolido pela autarquia. As barracas deram lugar a toneladas de entulho e ferro velho, depositados muitas vezes à revelia das autoridades, mas que se foram acumulando nos últimos dois anos.

"Depois de terem derrubado as casas que aqui existiam, ainda ficou um resto de entulho que não foi retirado. Mas deve ter havido alguém que viu que isto estava tudo sujo e começaram a vir camiões depositar ainda mais lixo", critica Suse Gonçalves, moradora na Rua das Fontainhas, que tem que conviver com o lixo mesmo à porta.

Um outro morador, que não se quis identificar, lamenta que, "após anos de um cenário composto por barracas", as pessoas tenham de conviver com a lixeira. "Isto é muito perigoso para a saúde porque atrai muitos ratos. Assim, era preferível ter as barracas. Pelo menos, na altura os terrenos andavam sempre limpos", desabafa.

Segundo os testemunhos recolhidos pelo JN, o lixo vai crescendo junto às Portas de Benfica, um monumento considerado de interesse municipal.

Questionado sobre a situação, o vereador na Câmara Municipal da Amadora, responsável pelo pelouro da Higiene e Limpeza, Eduardo Rosa, disse ao JN esperar que no final da semana a situação esteja resolvida.

"Os empreiteiros das demolições já foram notificados para removerem o entulho. O lixo vai ser retirado por quem lá o colocou. O que não for possível retirar será a Câmara a fazê-lo", assegura o autarca.

A autarquia pondera ainda colocar uns pedregulhos à entrada do espaço actualmente ocupado pela lixeira para evitar o acesso aos terrenos.

In Jornal de Notícias - 8.5.2007