
Recebemos da amiga Raquel a seguinte mensagem:
Mais informações sobre a Serra da Carregueira
ambientalistas_da_amadora@aeiou.pt
A ALDEIA é uma associação que surgiu no Nordeste Transmontano com o objectivo de contribuir para um desenvolvimento sustentável, fundamentado na conservação da Natureza e da Cultura e Tradições que sobrevivem nos meios rurais.
Os caminhos que a ALDEIA pretende percorrer, conhecer e divulgar são os da beleza romântica da vida no campo e nas aldeias, que apesar de dura e difícil, guarda muitos segredos e valores que simbolizam o respeito e a ligação equilibrada do Homem à Natureza.
Em simultâneo, a associação pretende lançar um olhar atento sobre os problemas do Mundo Rural e da Biodiversidade, neste mundo em que a procura legítima das virtudes da modernidade nos empurra por vezes para um desenvolvimento padronizado e cego, que ignora as alternativas sem as equacionar.
Sexta-feira, dez da manhã. Henrique Vieira Adão sobe a ladeira das Algarvias, à entrada de Tomar, arrastando a velha bicicleta. O passo é lento e cambaleante mas o esforço vale a pena. Henrique Adão tem 84 anos e todos os dias pedala cerca de 20 quilómetros para namorar.
Os dias de Henrique Adão são todos iguais, de há alguns anos para cá. Levanta-se logo pela manhã com um único pensamento – visitar a sua amada, residente em Tomar. A maioria das vezes sai de Porto da Lage, onde mora, sem tomar o pequeno almoço.
Monta a sua velha bicicleta e pedala cerca de uma dezena de quilómetros. Até às Algarvias, na periferia de Tomar, demora cerca de uma hora. Porque as pernas já não são as mesmas de quando tinha 20 anos. Mas o fervor namoradeiro é idêntico.
A primeira paragem costuma ser o café Pato Bravo (ex-Emigrante) junto ao cruzamento da estrada para o Convento de Cristo. A proprietária confirma que o idoso costuma pedir uma mini ou um sumo e uma tigelada, para retemperar as forças.
Até há pouco tempo era também ali, na beira da estrada, que Henrique Adão deixava a sua bicicleta, presa a um sinal de trânsito. Nos últimos tempos mudou de poiso e agora pára meio quilómetro mais à frente, junto ao café Chinquilho, onde deixa o seu meio de transporte dentro de um telheiro, abrigado da chuva.
Os últimos três quilómetros que o separam da cidade são feitos a pé. Porque a descida é íngreme e já não há força para subir o caminho de volta.
Os frequentadores do café já se habituaram a ver por ali Henrique Adão. E conhecem o porquê desta aventura diária. “Vem namorar”, diz uma mulher ao nosso jornal. “Venho passear e almoçar”, retorque o idoso, sem querer dar a conhecer ao mundo o seu amor.
Faz isto todos os dias? “Todos os dias não, é só de segunda a domingo”, diz com o sorriso nos lábios, enquanto arruma a bicicleta.
“Então hoje não fez a barba? Deixe lá, ela já não o enjeita”, brinca um homem mais novo, dando-lhe uma palmada nas costas.
Uma vizinha do café também entra na “festa”. “Dizem que ele sempre foi muito namoradeiro mas com a idade piorou”.
Imune a chalaças, Henrique Adão faz-se novamente ao caminho, pela berma da Estrada Nacional 358-3, que liga Torres Novas a Tomar. O passo titubeante leva a mulher a exclamar – “ele é um perigo na estrada”.
Ainda mais de bicicleta. Já fez muitos automobilistas apanharem grandes sustos, com o seu ziguezaguear na estrada. Diz que nunca caiu mas já teve alguns percalços. Como na tarde do último domingo.
Rita Conde viajava com o marido e os filhos, a caminho de casa, quando, ao sair de uma curva, deu de caras com o idoso, parado praticamente no meio da via.
As calças tinham-se prendido à bicicleta e Henrique Adão não conseguia desenvencilhar-se do imbróglio. Foi o marido de Rita que, parando o carro, lá o ajudou a retomar o seu caminho, de volta a Porto da Lage.
O amor vale tudo. E por causa dele Henrique Adão até se zangou com um amigo de longa data. Costumavam juntar-se no café todos os dias e fazer o caminho juntos até à cidade, onde almoçavam.
Mas o idoso pôs na cabeça que o amigo andava a arrastar a asa à sua amada e a amizade acabou-se logo.
O amor é louco, diz o poeta. A Henrique Adão é o que lhe tem dado genica para, faça sol ou chuva, pedalar todos os dias 20 quilómetros, para ir ter com a sua amada.
Margarida Cabeleira
In Jornal O Mirante
01.02.2006
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