terça-feira, abril 17, 2007

Taberna Ocupada P'la Cultura da Amadora (TOCA)

Um grupo de jovens da Amadora e Queluz resolveu criar o Movimento de Acção Reivindicativa pela Cultura e Habitação da Amadora (MARCHA), ocupando uma antiga taberna, no centro da cidade, perto do edifício dos bombeiros. Depois de limparem e recuperarem o espaço devoluto que estava a ser utilizado por toxicodependentes, prometem agora agitar a vida política e cultural local. A população está expectante quanto ao futuro do espaço, mas, para já, mostra-se satisfeita com a recuperação do imóvel. A antiga taberna Portas Largas, passou a chamar-se Taberna Ocupada P'la Cultura da Amadora (TOCA) onde 70 jovens apostam na criação de oficinas de teatro, dança, exposições e concertos. "Não existe um único teatro, um único cinema e nem uma sala de concertos onde os jovens possam tocar. Acreditamos que este espaço possa servir os jovens de toda a linha de Sintra", adiantou ao JN, António Santos, da MARCHA. "A Amadora não foi sempre assim, já teve uma política cultural activa que foi erradicada", critica, por seu turno, Luís Baptista. Para começar, a MARCHA quer retomar a semana da Juventude da Amadora, reivindicar uma casa da juventude que seja gerida pelos jovens do concelho e apela ainda para que o Prémio José Afonso seja aberto a todas as bandas de jovens do concelho. Os elementos da MARCHA prometem marcar presença em todas as assembleias municipais, com ideias e críticas. Sobre a questão da habitação a MARCHA considera "inadmissível haver tanta gente sem tecto, quando há muitos tectos sem gente". "É melhor que o espaço esteja recuperado e utilizado do que degradado como estava", disse Francisco Martins, morador na zona.

In Jornal de Notícias - 14.4.2007

Outra notícia
Associação juvenil quer despertar Amadora para a cultura

quarta-feira, abril 04, 2007

Mais Estradas e Carros, Mais Urbanizações... Menos Qualidade de Vida, Pior Ambiente


O Governo, com a cumplicidade da Câmara da Amadora, transforma uma obra de interesse público, a CRIL, numa mera “serventia” da urbanização Falagueira/Venda Nova. Ver mais. E aqui também.

Para quando interesse e investimento público nos transportes colectivos e na bicicleta?

A Comissão de Utentes da Linha de Sintra vai distribuir um questionário para conhecer a opinião dos passageiros sobre a suspensão de mais de uma centena de ligações efectuadas naquela linha. Ver mais.

Conseguem ver a ligação?

+ estradas + carros + urbanizações - transportes públicos
= trânsito, poluição, doenças, tempo perdido em deslocações, qualidade de vida reduzida

segunda-feira, abril 02, 2007

Moradores de Alfonelos contra adjudicação de IC17

A Associação Cívica dos moradores de Alfornelos (ACMA) acusou, esta sexta-feira, o Governo de pôr em causa o Estado de Direito ao invocar interesse público para continuar o concurso de adjudicação do fim do IC17.

Paulo Ferreira, representante da ACMA afirmou à agência Lusa que «o Estado de Direito democrático está claramente posto em causa», reagindo ao anúncio feito hoje pela empresa pública Estradas de Portugal, que alegou «interesse público» para prosseguir o concurso relativo ao trecho do IC17/Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL), que a associação quer ver anulado.

Há cerca de um mês o Ministério do Ambiente e a Câmara da Amadora foram notificados pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra da providência cautelar interposta pela ACMA para anular o concurso para a conclusão da CRIL, um troço de 3,6 quilómetros entre a Buraca e a Pontinha.

Paulo Ferreira considerou que o Governo está a «contrariar a separação de poderes» entre o executivo e o judicial.

ACMA meteu providência cautelar

O representante da ACMA explicou que a associação tem a correr uma providência cautelar e uma acção principal visando a anulação do concurso e afirmou que «é estranho que, havendo dois processos em tribunal, o governo os queira condicionar desta forma».

«O interesse público serve agora para tudo, mesmo para prejudicar milhares de cidadãos quando existem alternativas», referiu.

Os moradores de Alfornelos opõem-se ao traçado previsto para a conclusão da CRIL, alegando que vão ficar «cercados por todos os lados por betão, auto-estradas e poluição».

«Vamos estar contra [o projecto] até ao fim, até às últimas consequências, na defesa não dos nossos interesses mas dos nossos direitos», garantiu.

Paulo Ferreira referiu que «o Governo tem projectos alternativos viáveis metidos na gaveta», que «poupariam dinheiro ao erário público».

No entanto, a ACMA acusa o Governo de «ceder a interesses difusos», porque recusa desviar o traçado «para fora do bairro» e para «onde está prevista a construção de uma urbanização na Falagueira».

In Portugal Diário - 30.03.2007

Amadora: Associação juvenil luta por um "futuro feliz" no Bairro Santa

No bairro de Santa Filomena, Amadora, uma associação juvenil inaugura no dia 2 de Abril um novo espaço, onde pretende acolher crianças e projectar um futuro melhor para um dos mais carenciados bairros do país.


Duas ruas apenas separam Santa Filomena da principal artéria da freguesia de Mina, centro urbano do concelho da Amadora, mas a curta distância basta para delimitar a entrada num espaço onde as dificuldades económicas e a fraca instrução são evidentes.

Segundo o último Censo o bairro, formado nos anos 70 pela comunidade imigrante africana, alojava em 1998 cerca de 1.900 pessoas, um número que exclui dezenas de imigrantes ilegais e ocupantes de casas abandonadas.

Hoje, o bairro de Santa Filomena continua a ser maioritariamente habitado por descendentes de africanos, sobretudo população jovem já nascida em Portugal.

Foi a esperança na chegada de dias melhores que levou o jovem Alcides Mora, natural de Angola, a ensinar futebol e xadrez às crianças de Santa Filomena, que "crescem praticamente nas ruas", enquanto os pais estão a trabalhar

Dos treinos, depressa Alcides passou à dinamização de torneios e, em 1998, convidou alguns amigos a formar uma associação que acompanhasse e estimulasse os moradores mais jovens, integrando-os em actividades desportivas e lúdicas.

Numa casa devoluta do bairro, recuperada pelo grupo, nasceu então a Associação Espaço Jovem (AEJ), reconhecida e apoiada pela Câmara Municipal da Amadora dois anos mais tarde.

In ACIME

Roupa 'KM' mostra orgulho de viver num bairro como a Cova da Moura

Foto retirada de http://kovam.no.sapo.pt

A KM podia muito bem ser confundida com uma qualquer marca de moda internacional, mas dizem o seus criadores, é uma forma de mostrar ao mundo o orgulho de um grupo de jovens em morar num bairro como a "Kova" da Moura.

A marca de roupa KM foi criada por dois jovens da Cova da Moura, na Amadora, na Primavera de 2006 e logo que os primeiros bonés foram postos à venda o êxito foi total, principalmente entre os adolescentes. Depois dos bonés, surgiram as camisolas e os tops para as mulheres.

"Já esperávamos que a roupa tivesse aceitação, mas não tanta como teve. Criar algo original e que nos identifique com o bairro é muito importante para quem nasceu, cresceu e mora na Cova da Moura", disse à Agência Lusa Paulo Barradas, um dos criadores da marca.

Paulo Barradas disse ainda que a roupa KM surgiu porque os jovens do bairro estava "sempre a dizer KM" e acharam interessante criar "algo original com essa marca".

Para o jovem, a marca KM "é uma forma de mostrar o orgulho de morar na Cova da Moura" e "uma ajuda na divulgação de uma imagem positiva do bairro, que muitas vezes é conhecida pelos piores motivos".

Os bonés, as camisolas e os tops têm as mais variadas cores, mas o que os distingue das outras peças de roupa são os bordados com as letras KM e com as frases em crioulo.

"Mi Gó!!!" (Não me importa) e "Dêxa mundo papia" (Deixa o mundo falar) são algumas das frases escritas nas camisolas, que - segundo Paulo Barradas - são também uma mensagem.

Paulo Barradas, 27 anos e director de produção de uma empresa têxtil, adiantou que a divulgação da marca KM foi feita "boca a boca" e mais tarde foi publicitada no site http://kovam.no.sapo.pt, no qual podem ser feitas encomendas, embora os produtos sejam vendidos num café do bairro.

A roupa, que já começa a ser procurada por jovens que moram fora do bairro, tem mais saída nos meses de Verão, estando o criador a estudar a nova colecção, principalmente os desenhos e as frases que vão ser colocados nas camisolas, tops e bonés.

Paulo Barradas considerou que este "negócio não é lucrativo", até porque a marca "não foi criada com a perspectiva de ganhar dinheiro".

"Não se ganha nem se perde. Se quisesse viver deste negócio deixava de trabalhar e montava uma loja", salientou, adiantando que as camisolas e os tops são vendidos a dez euros, enquanto os bonés a sete euros.

As roupas são compradas em fábricas, que depois são estampadas ou bordadas pelos jovens.

In Diário de Notícias - 02-03-2007