sexta-feira, novembro 30, 2007

Orçamento participativo de Carnide é referência internacional

Gostávamos de ver o mesmo nas freguesias e concelho da Amadora.
Um dia destes...

A freguesia lisboeta de Carnide tem há três anos um orçamento participativo, para o qual contribuem todos os moradores desde idosos a crianças, num processo que é uma referência a nível internacional

O envolvimento da população faz-se na altura de preparar o orçamento, com sessões públicas e inquéritos, reuniões específicas com idosos e crianças, mas sobretudo ao longo do ano, com uma prestação permanente de contas, contou à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Paulo Quaresma (CDU).

Numa altura em que a Câmara Municipal de Lisboa iniciou o seu primeiro orçamento participativo, Paulo Quaresma alertou para o perigo de se «brincar à participação« e diz que na sua freguesia já se colhem os frutos daquela medida, por exemplo, nos níveis de abstenção que se situam entre «5 a 7 por cento abaixo da média da cidade».

«O apelo permanente à participação das pessoas faz com que elas não se alheiem», defendeu.

Na próxima semana, o exemplo de Carnide será analisado num seminário internacional em Paris sobre orçamentos participativos, instrumentos que nasceram na cidade brasileira de Porto Alegre, tendo como referência na Europa o caso de Sevilha, e tiveram a sua primeira expressão em Portugal na Câmara de Palmela.

«Há crianças que pedem um MacDonald's. Então, temos que lhes explicar as competências da junta. Por isso é que este é um processo com uma grande vertente pedagógica», afirmou Paulo Quaresma.

O autarca passou a semana a discutir opções para o orçamento com crianças de três, quatro e cinco anos, que falam do que consideram mais importante para a sua «escola, bairro e freguesia» e depois organizam-se em pequenas «assembleias plenárias».

«Surpreende-nos muito o grau de maturidade que eles revelam», acrescentou. Em vez dos inquéritos que os pais recebem na caixa do correio, convidando-os a contribuir para o orçamento da freguesia, as crianças escrevem ou desenham «cartas de desejos».

Estas formas específicas de participação dos meninos de Carnide inserem-se na vontade do executivo de ter a contribuição «daqueles que normalmente não participam, porque não estão organizados», como os idosos.

Para os idosos, há sessões próprias, dada a dificuldade que alguns revelam em sair de casa ao fim da tarde ou há noite, quando se realizam as reuniões gerais sobre o orçamento.

Inicialmente, eram os homens quem mais participavam nestas sessões, até que a junta organizou uma espécie de baby-sitting, actividades lúdicas para as crianças durante as reuniões, e começou a haver paridade de géneros.

Além das sessões e dos inquéritos, para «picar as pessoas» afirmou Paulo Quaresma, a junta de freguesia concebeu e distribuiu «notas de 95 euros», o valor que cada morador teria para gastar se o orçamento fosse dividido por todos.

A ideia é pôr os moradores de Carnide a pensar onde gastariam os seus 95 euros.

Para que o processo não esmoreça, todos os meses, no boletim da freguesia são prestadas contas e feito o ponto da situação sobre as opções escolhidas em orçamento participativo, além de funcionarem todo o ano "conselhos consultivos" em diferentes áreas.

No início, o executivo liderado por Paulo Quaresma tirou partido do «bairrismo» de Carnide.

«A primeira discussão é aquela em que as pessoas olham apenas para o seu umbigo, para a sua rua e para o seu bairro. Depois, apercebem-se dos problemas das outras ruas, dos outros bairros», contou.

Este é um processo «didáctico» defendeu Paulo Quaresma, em que as pessoas ficam conscientes das competências e das verbas que a junta dispõe, mas também da forma como podem ser parte da solução.

«O problema da recolha de lixo na Quinta da Luz foi resolvido porque as pessoas apresentaram uma fórmula para se resolver», ilustrou.

«Às vezes é apenas uma questão de pedir um estudo. Há vários anos que se falava em mais um mercado na freguesia. Pediu-se um estudo à Câmara que mostrou que isso não era viável. As pessoas entenderam» acrescentou.

No entanto, Paulo Quaresma disse que o orçamento participativo «não é uma forma de desresponsabilização» dos eleitos.

«O facto de eu discutir com as pessoas até me dá mais responsabilidades. As pessoas exigem mais porque sabem que eu não posso alegar desconhecimento de causa», afirmou.

O autarca defende que o orçamento participativo não é um «muro das lamentações», como o que considera terem sido das três sessões promovidas pela Câmara para ouvir as populações sobre o orçamento de 2008.

«Ali não se está a promover participação nenhuma. A Câmara decidiu ouvir as populações, o que é legítimo e louvável, mas não é um orçamento participativo», critica.

Segundo Paulo Quaresma, o que a autarquia lisboeta fez foi «pedir aos mesmos de sempre, àqueles que normalmente já participam para participarem», referindo-se às sessões organizadas para ouvir comissões de moradores, associações de pais, conselhos executivos, juntas de freguesias e colectividades.

«A população em geral, que não está organizada nem quer estar organizada, mas tem uma opinião, não é chamada a participar neste orçamento. Desde logo porque as sessões que se fizeram foram muito mal divulgadas até para aqueles que foram convidados, quanto mais para a população em geral» argumentou.

Para o autarca, «corre-se o risco de brincar à participação e hipotecar-se um processo que é nobre porque se lhe retira toda a credibilidade».

O orçamento participativo da Câmara de Lisboa foi lançado a partir de uma proposta do vereador do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, e segundo o presidente, António Costa (PS), tem um primeiro ensaio na escolha das opções para 2008 mas deverá concretizar-se em pleno quando for discutido o orçamento para 2009.

Além de três sessões públicas, que já se realizaram, os munícipes podem participar através da Internet, no sítio http://lisboacontaconsigo.cm-lisboa.pt.

Fonte: Agência Lusa

terça-feira, novembro 27, 2007

Bicicletas proibidas nos jardins da Amadora

O blog Uma Bike pela Cidade faz referência à lamentável e triste proibição de circular em bicicleta nos espaços verdes da Amadora.

É mais um caso de uma pessoa que visita pela primeira vez os já famosos jardins da Amadora e apercebe-se desta ridícula proibição.

Acreditamos que os responsáveis da autarquia estavam a pensar na segurança de peões e sobretudo crianças, mas não é desta forma que se resolve o problema.

Cria-se na verdade mais um entrave à utilização da bicicleta nas cidades.

Passamos a citar o texto deste blog:

Tão agradável que entrei mesmo por lá. Pouco depois, dois trabalhadores do local chamam-me a atenção de que eu não podia pedalar por ali, pois era proibido. Proibido?? É esta a merda da mentalidade portuguesa que continua a olhar para as bicicletas como algo de horrendo e peçonhento! Exactamente o mesmo que acontece junto à praia no Estoril! Proibido pedalar de bicicleta! Se quisermos pedalar temos de ir para a perigosíssima marginal!
Num local como este onde não se vê quase ninguém, porque raio é proibido pedalar? Respondi que não tinha visto nenhuma indicação da proibição na entrada mas eles afirmaram que ela está em todas as entradas.

Ainda gostava de saber quem foi o imbecil que criou isto. Aqui fiquei a saber que as bicicletas estão ao nível dos cães que podem cagar no parque e como tal tem de ser proibidas. O mais engraçado é que dentro do parque tem uma pequena escola de aprendizagem de condução, onde se pode andar de bicicleta para aprender a circular. E é proibida a entrada das bicicletas...

Leia a notícia completa e veja as fotografias no blog Uma Bike pela Cidade

Alfornelos: Associaçao de Moradores discute hoje último troço da CRIL

Alfornelos, Amadora, 27 Nov (Lusa) - A Associação Cívica dos Moradores de Alfornelos (ACMA) realiza hoje uma reunião de esclarecimento com a população local sobre a adjudicação, já anunciada pelo Governo, do último troço da Circular Regional Interna de Lisboa ( CRIL).

Numa convocatória distribuída à população de Alfornelos, a Associação Cívica informa que pretende discutir a adjudicação "do IC-17, CRIL, que engloba também o IC-16 - Radial da Pontinha, e a terceira circular - Radial de Benfica.

Paulo Ferreira, membro da Associação, disse à agência Lusa que, "a partir do momento em que as obras estejam completas, passarão no local, todos os dias, 200 mil veículos, com possibilidade de crescimento de 56,9 por cento, ou seja, 300 mil veículos até 2025".

"Todos os dias, durante o ano todo, para o resto das nossas vidas. É isto que nos espera a partir de 2009", lamentou-se.

O membro da Associação teme o ruído e a poluição que estas vias poderão trazer à localidade.

"Alfornelos está numa zona inferior às vias e os gases poluentes tendem a baixar, de maneira que ficarão depositados no bairro. Também o ruído vai afectar toda a população", referiu Paulo Ferreira.

Adiantou que a Associação "não é contra a CRIL" mas defende que a "solução passa pela construção das vias em túnel verdadeiro".

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra indeferiu a providência cautelar interposta pela Associação, onde esta pedia a anulação do processo.

A Associação reccorreu para o Tribunal Central e Administrativo do Sul, aguardando resposta, segundo Paulo Ferreira.

A reunião de hoje terá lugar na Escola EB 1 Orlando Gonçalves às 21:00.

Fonte: Expresso

Taberna Ocupada p’la Cultura na Amadora (TOCA) foi demolida

Na quarta-feira, a cultura na Amadora sofreu uma machadada brutal. A Taberna Ocupada p’la Cultura na Amadora (TOCA) foi demolida sem qualquer pré-aviso por escavadoras, enquanto a PSP cortava os acessos. A TOCA era um projecto do Movimento de Acção Reivindicativa pela Cultura e Habitação na Amadora (MARCHA).

Ocupámos uma casa antiga, património histórico da nossa cidade, e remodelamo-la. Através do trabalho voluntário, centenas de jovens, com o apoio de vizinhos, limparam, pintaram as paredes, arranjaram o telhado, mobilaram a casa e deram-lhe vida abrindo-a à população e aos jovens.

Durante oito meses, resgatamos um espaço do silêncio e da degradação e demo-lo à juventude. Organizámos dezenas de concertos de todos os tipos de música, exposições de fotografia, sessões de cinema, debates, convívios e reuniões. Era raro o fim-de-semana em que a TOCA não se enchia de gente, com centenas de jovens da Amadora e de outros concelhos.

Ler mais

Destruição do Parque Central

Recebemos via e-mail o seguinte texto de um morador da Amadora:

Na reunião Ordinária da Câmara Municipal de 18 de Julho, foi apresentada uma proposta de alteração ao Parque Central que contempla várias alterações na zona nomeadamente: o encerramento da Av. dos Bombeiros na parte que atravessa o jardim unindo as 2 partes do jardim e o desvio de todo o transito daqui para a Rua António Correia de Oliveira seguindo por uma nova rodovia a construir no topo do parque à Praça Simões de Almeida, Rua Henrique Nogueira e regressando, junto ao mercado, à parte final da Av. dos Bombeiros Voluntários. Trata-se de um projecto lesivo para os moradores que conta com a nossa oposição veemente fundamentada em várias razões:

1-A criação de uma nova rodovia na Rua Henrique Nogueira e Praça Simões de Almeida irá, irremediavelmente, afectar o sossego, a qualidade de vida dos moradores desta zona, a segurança das crianças e idosos, sectores que mais frequentam o parque.

2- A solução apresentada irá tornar a circulação ainda mais complicada na zona porque introduzirá um percurso muito mais longo e cheio de curvas e contra-curvas.

3- A beneficiação do parque pretendida, unindo as 2 partes, torna-se irrelevante e até inadmissível porque sacrificará uma fatia ainda maior do mesmo através do alargamento substancial da Rua Henrique Nogueira e da criação de nova rua na Praça Simões de Almeida à custa de terreno do parque. Isto é, afinal a concretização desta proposta tornará o parque mais pequeno e derrubará 30 árvores de porte significativo;

4- O mesmo objectivo que é unir as duas partes do parque consegue-se com outras alternativas de circulação mais lógicas, menos lesivas dos moradores e de fácil concretização, a saber: circulação do transito pela Av. dos Combatentes da Grande Guerra, inversão da circulação na Rua Rainha D. Leonor e/ou no troço final da Av. Miguel Bombarda.

Contacte a CM da Amadora
geral@acm-amadora.pt

Contacte a JF da Mina
jfmina@jf-mina.pt

quinta-feira, novembro 15, 2007

Amadora em Cena

Companhias profissionais e amadoras de todo o país participam de 22 de Novembro a 09 de Dezembro no «Amadora em Cena», uma mostra de teatro e «performances» destinada a contrariar o «divórcio» da população com a cultura.

Do Auditório de Alfornelos, onde decorre a maior parte dos espectáculos, às estações de comboios do concelho, por onde passará um cortejo a ser integrado pelo público, a quinta edição
do evento pretende homenagear a multiculturalidade dos habitantes da Amadora ao reunir grupos de várias regiões, com diferentes experiências, e incluir uma grande diversidade de temas, épocas e autores.

«Temos uma versão 'performance' de um espectáculo sobre o 'Livro do Desassossego' de Fernando Pessoa, um espectáculo sobre Freud, outro a partir do texto clássico 'Gato das Botas', uma 'performance' sobre as memórias da Guerra do Ultramar e das revoltas estudantis, uma adaptação de Samuel Beckett que junta a filosofia ao teatro do absurdo, enfim, a variedade é muita, desde espectáculos mais ligeiros a outros mais fechados sobre si próprios», explicou à Lusa Ricardo Mendes, da direcção do Teatro Passagem de Nível, organizador da mostra.

«Tentamos que a diversidade da Amadora, um concelho fértil em cultura, transpareça no evento, pelo que misturamos, um pouco ao mesmo nível, companhias profissionais e não-profissinais locais e de outras zonas, como Sintra, Santarém, Serpa ou Torre de Moncorvo», acrescentou.

Além de nove espectáculos teatrais e quatro «performances», o programa (disponível em http://amadoraemcena.tpn.pt) inclui «workshops» de máscaras e expressão dramática, actuações musicais com «desgarradas» e música electrónica, uma mesa redonda sobre arte nas escolas e, no dia 24, um cortejo por três estações de comboios, onde o público poderá juntar-se a malabaristas, dançarinos e outros artistas.

«É também uma forma de ir buscar as pessoas onde elas estão. A Amadora sofre muito de um claro divórcio da população com a cultura, as pessoas estão muitas vezes longe das salas de espectáculo», lamentou Ricardo Mendes.

Apesar do afastamento e de ser «muito flutuante» a participação do público nos concelhos em torno de Lisboa, o Teatro Passagem de Nível conta com a diversidade do cartaz para despertar a atenção dos visitantes e mantém fortes expectativas quanto ao sucesso da iniciativa.

«Começa a haver um público que se interessa pela mostra, que pergunta como correu quando não pode ir, e a Câmara tem também vindo a reconhecer cada vez mais a sua importância. Queremos que a Amadora retome o importante papel cultural que já teve na região, promovendo a inclusão, e não pretendemos abrir mão desse objectivo», concluiu o responsável.

PÚBLICO / Lusa.

O Amadora em Cena 5 irá decorrer de 22 de Novembro a 9 de Dezembro. Para mais informações consulte o sítio http://amadoraemcena.tpn.pt

quarta-feira, novembro 07, 2007

Faltam passeios em Carenque. É fácil Sr. Presidente Joaquim Raposo

Notícia do Jornal da Região de dia 7 de Novembro de 2007:

Para os moradores de Carenque, o simples acto de andar a pé pode constituir uma aventura extremamente perigosa. "Em quase toda a localidade não há um único passeio. Temos que andar sempre a correr, com medo de levarmos uma panada de um carro", lamenta Neide Costa, residente na localidade. Uma situação que há muito provoca o desagrado dos moradores. "Se para nós, mais velhos, é perigoso, imagine-se para as crianças...", acrescenta um outro residente. "Ficaria muito bonito se construíssem um passadiço ao longo da ribeira, até porque esta é uma zona muito aprazível para se passear e fazer caminhadas", realça o morador. Perante estas queixas, o presidente da câmara, Joaquim Raposo, explicou que na localidade "não existe terreno disponível para se fazerem passeios, nem para o lado de S. Vicente nem para a saída em direcção ao concelho de Sintra". Ainda assim, o edil diz que a autarquia vai estudar melhor a zona para ver se "em alguns pontos se podem fazer alguns metros de passeio", mas deixa o aviso de que "vai ser difícil".

É fácil Sr. Presidente Joaquim Raposo...
Descubra, aprenda e implemente!


A par desta situação, os moradores de Carenque queixam- se também da falta de ecopontos para que possam depositar os resíduos reciclados. "Vai haver um reforço nessa matéria em todo o concelho e, com certeza, a localidade de Carenque vai ser abrangida", avança Eduardo Rosa, vereador responsável pelo pelouro do Ambiente na autarquia.

A resposta é sempre a mesma. Mas para quando???

Mais um exemplo dos milhares de pessoas na Amadora que querem reciclar e às quais a CM da Amadora não dá resposta. Sei de dezenas de pessoas que todas as semanas enchem a mala do carros e têm de percorrer alguns km para depositar o lixo em ecopontos.
Sim, acontece aqui na Amadora!

terça-feira, novembro 06, 2007

Câmara da Amadora não protege crianças e peões da A-da-Beja

A 24 de Fevereiro de 2007, um morador da A-da-Beja enviou o seguinte e-mail para o Sr. Amílcar Martins, Presidente da Junta de Freguesia de S. Brás, o qual encaminhou a situação para a Câmara Municipal da Amadora:

Venho chamar a sua atenção para o seguinte:
A lomba existente junto à escola do 1º ciclo da A-da-Beja encontra-se danificada, tendo parte da mesma desaparecido do local.
Solicito a V. Exa. que efectue as diligências necessárias com vista à recolocação da referida lomba de modo a reduzir a velocidade dos automobilistas e assim permitir maior segurança aos peões, particularmente às crianças desta escola.

A 27 de Março de 2007 a situação ainda não estava resolvida e foi feito novo contacto.

Passados 3 meses desde o primeiro contacto:

Passados 3 meses e 15 dias após primeiro contacto, venho comunicar que o referido problema ainda se encontra por resolver.
É desmotivante para mim, enquanto cidadão e contribuinte, verificar a grande morosidade na resolução desta situação.
Verifico diariamente que a ausência da lomba tem provocado uma circulação automóvel mais rápida e perigosa para os peões na A-da-Beja, sobretudo para as crianças, famílias, professores e funcionários desta escola.
Peço a V. Exa. que me informe qual o ponto de situação deste assunto.

Ao longo destes meses a Câmara da Amadora foi sempre informada mas não respondeu ao morador e não resolveu a situação.

Hoje, alguns dias depois de vários atropelamentos mortais em Lisboa e arredores, a lomba que obrigava os automobilistas a reduzir a velocidade e protegia os peões que nem passeios têm ao longo de uma estrada estreita continua por instalar.

Porque razão a CM da Amadora não coloca de novo uma lomba na entrada da A-da-Beja?

Será necessário morrer alguém?

Ruas mais limpas por favor!



A Junta de Freguesia de S. Brás e a Câmara Municipal da Amadora não limpam a Rua do Casal Branco nem respondem aos apelos dos moradores para limpar e ajardinar esta área.

Carrinha da saúde é aos sábados - Casal da Mira

Todos os sábados de manhã uma unidade móvel do Centro de Saúde da Venda Nova desloca-se ao bairro de realojamento Casal da Mira, na Amadora, para prestar cuidados médicos à população carenciada. Os moradores concentram-se junto à farmácia à espera da carrinha, numa das principais ruas do bairro, que ganha vida com esta visita semanal.

"Foi a melhor coisa que fizeram!", considera Aida Cardoso, apoiada numa muleta. Depois de ter dado uma queda há cerca de dez anos, Aida tem dificuldades de mobilidade." Se tiver que me deslocar ao Centro de Saúde tenho que apanhar dois autocarros e pagar dois bilhetes".

Há nove meses que semanalmente a unidade móvel do Centro de Saúde da Venda Nova se desloca ao Casal da Mira, o maior bairro de realojamento da Amadora, onde vivem cerca de 760 famílias. "Não queremos substituir o Centro de Saúde, mas sim aproximá-lo das pessoas", explica Carlos Silva, médico e presidente da Associação Jovens Promotores Amadora Saudável (AJPAS), que desenvolve este projecto em parceria Centro de Saúde da Venda Nova, o Ministério da Saúde e a Associação Unidos de Cabo Verde. Todos os sábados são atendidas cerca de 50 pessoas. Para além das consultas, a associação organiza "acções de promoção da saúde na área do VIH/ /sida, com a distribuição de folhetos e preservativos. Tratamos de documentos e legalização de imigrantes. Sinalizamos casos de risco. Damos roupas e brinquedos à população", acrescenta Carlos Silva.

Fonte: Jornal de Notícias 4.11.2007

Associação Moinho da Juventude está a comemorar 20 anos

Houve festa rija no bairro do “djunta mon”

Subindo a rua principal do bairro, sente-se um ambiente diferente. Familiar, próximo e simples. Um estilo de vida espontâneo. Conversas à porta de casa, roupa estendida, carros meticulosamente estacionados no pouco espaço que existe. Música alta, um leve cheiro a milho assado e um burburinho que comprova a vida que há nas casas, de portas abertas. E sob um sol calmo de início de tarde, a Cova da Moura, na Amadora, comemora os vinte anos do Moinho da Juventude.

A Associação Cultural Moinho da Juventude iniciou o seu trabalho para abrir o bairro ao resto do mundo, tentando dar a conhecer o lado das pessoas que ali vivem. É baseado num sentimento mútuo de união que o trabalho continua a ser feito, desde a sua criação, em 1987. Hoje, junta centenas de moradores, voluntários e colaboradores.

“Há uma cultura própria e única da Cova da Moura, que parte de uma mistura de muitas culturas”, disse ao PUBLICO.PT Heidir Correia, 25 anos, guia das visitas que desde 2005 podem ser feitas ao bairro. Heidir apresentou o “Projecto Sabura” no final do seu curso de animação social, propondo que houvesse a possibilidade de dar a conhecer o bairro de uma forma directa. Para além de coordenar as visitas guiadas, é responsável pela organização dos ateliers de música e televisão. Activo e decidido, Heidir revela que a maior parte dos projectos da associação são bem recebidos e têm sempre muita gente. “Quanto mais projectos há, mais projectos são criados”.

O desporto é uma das áreas mais procuradas. Ibrantino Freitas, conhecido por ‘Tchino’, é o treinador de futsal. “Acho que agora as pessoas dão mais atenção e mais valor ao trabalho que é feito aqui”, disse. Considera que, enquanto treinador dos mais novos, deve dar uma formação não só de futebol, mas também na maneira de estar e agir na vida, no dia-a-dia. “A própria mentalidade das pessoas tem mudado” com a existência e as acções da associação, confessa “Tchino”.

Ermelindo Quaresma é formador e animador informático, num outro núcleo da associação. Para ele “o bairro é uma grande família”. Ermelindo quer que “todos tenham a consciência de que há um mundo de informação ao qual podem aceder”. Ali, à mão de semear, há uma sala de informática, com 12 computadores e cerca de 120 alunos.

"djunta mon"

Lut Goossens, coordenadora geral da organização belga De Link, foi uma das presenças especiais deste dia. A De Link orienta os chamados ‘peritos de experiência’, um conceito relativamente recente em Portugal, mas que na Bélgica é reconhecido pelo governo flamengo desde 1994. “A pobreza tem uma enorme influência no interior das pessoas, deixa-as verdadeiramente feridas”, explicou Goossens. “As medidas do governo, quando existem, não são suficientes. É necessária a ajuda de pessoas que saibam o que é ser pobre”. A mesma responsável sublinhou ainda a necessidade de estabelecer uma ponte entre as pessoas e o governo, e como essa atitude é eficaz na resolução de problemas de bairros problemáticos.

No discurso de abertura, a vice-presidente da Moinho da Juventude, a belga Godelieve Meersschaert, lembrou que “tudo envolve esforço e trabalho, numa combinação de energias”, salientando a importância do papel dos “peritos de experiência”. “Eles tentam explicar o porquê da pobreza, da emigração, numa colaboração complementar ao trabalho dos técnicos”.

E é neste sentido que o bairro se organiza em união, em “djunta mon” que, em crioulo, significa ‘juntar as mãos’, ‘trabalhar em união’. “Não aceitámos que o bairro, que foi construído pelos próprios moradores, fosse destruído. Vai ser requalificado e reconvertido”, disse Ermelindo Quaresma. “Há uma maior auto-estima nos moradores, mesmo em relação ao bairro onde vivem”, acrescentou. E Lut Goossens explica essa evolução. “Quando as pessoas se abrem e se soltam, vêem que são alguém e que têm motivos para serem apreciados pela sociedade”.

Na ilha trazida pelo Atlântico

A celebração do 20º aniversário da Moinho da Juventude foi um mergulho na língua crioula e na cultura cabo-verdiana. Transpareceu a certeza de que ali foi criado um mundo. Houve tambores, dança Kolar e muito batuque. “Kenha ki kre-nu, kre batuku. Batuku e nos aima!” (Aqueles que nos amam, amam o batuque. O batuque é a nossa alma). Finka Pé, o grupo de batuque que animou a tarde, contou com um pequeno talento revelado na dança. E um pouco antes, Miguel Horta, escritor ligado à comunidade cabo-verdiana, contou uma história em crioulo, o pequeno conto “A Cachupa” que fez com que os mais velhos regressassem à infância.

Sempre ao som de tambores, centenas de balões foram largados com pequenas mensagens. A esperança é que estes textos sejam lidos noutros pontos da cidade. Agora espera-se uma resposta de volta, vinda desse outro lado, no mesmo papel. Num voo de 20 anos de trabalho da Moinho da Juventude, é o acto mais simples e sincero de abertura do bairro à cidade.

Fonte: Público 5.11.2007

Festival de BD da Amadora 2007 teve mais visitantes

O 18ª Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA), que terminou no domingo, teve este ano mais visitantes e proporcionou contactos para projectos para 2008, afirmou hoje à Lusa o director do FIBDA, Nelson Dona.

«O balanço é bastante positivo, tivemos mais público durante os fins-de-semana e uma repercussão mediática mais abrangente», referiu o director.

Em ano de celebração da «maioridade», o festival recordou as dez mais importantes bandas desenhadas do século XX, de Little Nemo a Maus, homenageou o brasileiro Ziraldo e Uderzo, o criador de Astérix, e ainda António Cardoso Lopes, «Tiotónio», um dos fundadores da revista «O Mosquito».

Pelo Fórum Luís de Camões, na Brandoa, passaram vários autores e desenhadores, com destaque para as presenças de Ziraldo, do mexicano Xisto Valência, do francês Lewis Trondheim e dos portugueses José Carlos Fernandes, Luís Louro, Rui Lacas e Sergei.

Nas concorridas sessões de autógrafos, a mais cobiçada foi a de Milo Manara, desenhador italiano autor de várias bandas desenhadas eróticas que passou pelo FIBDA nos dias 27 e 28 de Outubro.

Segundo Nelson Dona, editores e autores de histórias aos quadradinhos aproveitaram o festival para fazer contactos para futuros projectos, destacando-se a hipótese de edição do livro «Salazar, agora na hora da sua morte», de Miguel Rocha e João Paulo Cotrim, na Polónia, França e Espanha.

A série «A pior banda do mundo», de José Carlos Fernandes, autor premiado este ano no FIBDA, também deverá ser editada no mercado polaco.

«O festival cumpre assim também o seu papel de divulgar a banda desenhada portuguesa no mercado nacional e no estrangeiro», sublinhou o director do FBDA, apesar de concordar que 2007 foi um ano magro de edições lusas.

«O panorama foi menos atractivo quanto ao número de álbuns editados, mas penso que as que saíram revelam uma produção mais madura», sublinhou Nelson Dona.

A edição de 2008 do festival decorrerá de 23 de Outubro a 09 de Novembro e, apesar do tema não estar ainda definido, deverá ser dedicada à tecnologia e à ficção científica.

A temática coincidirá com a realização, em Lisboa, do congresso mundial da história de ciência e tecnologia, organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e o Ministério da Ciência.

Diário Digital / Lusa

«Os dias arrastam-se e as noites também» estreia na Amadora

«Os Dias Arrastam-se e as Noites Também» é uma peça que o Teatro dos Aloés estreia quarta-feira na Amadora e conta a história de um estranho que se refugia em casa de um casal à beira da ruptura.

Com texto de Léandre-Alain Baker, um artista congolês que vive em França, esta peça propõe «um reflexão sobre a sociedade de acolhimento europeia e os imigrantes», nas palavras do encenador José Peixoto.

«É a história de uma mulher que chega a casa e encontra um homem estranho vestido com o seu roupão», disse à Lusa o encenador, acrescentando que o indivíduo em causa é negro e o casal que vive no apartamento onde ele aparece é branco.

A peça pretende questionar o confronto entre pessoas e entre culturas.

«Achámos bastante importante que uma companhia sedeada na Amadora, onde vivem actualmente muitos imigrantes, fizesse esta reflexão», indicou José Peixoto, sublinhando que vê o próprio autor do texto como um homem dividido entre duas culturas.

«Os Dias Arrastam-se e as Noites Também» é a primeira peça de um ciclo de textos de autores africanos que o grupo pretende representar até 2009.

A seguir, será a vez de uma peça do sul-africano Athol Fuggard, autor que já teve um texto representado pelo grupo em 1996 e que agora terá em cena «A canção do vale».

«Os Dias Arrastam-se e as Noites Também» sobe ao palco dos Recreios da Amadora quarta-feira e ficará em cena até dia 18, seguindo depois para o Teatro Taborda, em Lisboa, e para o Teatro Municipal de Almada.

Em palco vão estar os actores Elsa Valentim, Jorge Silva e Daniel Martinho.

Diário Digital / Lusa