segunda-feira, abril 02, 2007

Roupa 'KM' mostra orgulho de viver num bairro como a Cova da Moura

Foto retirada de http://kovam.no.sapo.pt

A KM podia muito bem ser confundida com uma qualquer marca de moda internacional, mas dizem o seus criadores, é uma forma de mostrar ao mundo o orgulho de um grupo de jovens em morar num bairro como a "Kova" da Moura.

A marca de roupa KM foi criada por dois jovens da Cova da Moura, na Amadora, na Primavera de 2006 e logo que os primeiros bonés foram postos à venda o êxito foi total, principalmente entre os adolescentes. Depois dos bonés, surgiram as camisolas e os tops para as mulheres.

"Já esperávamos que a roupa tivesse aceitação, mas não tanta como teve. Criar algo original e que nos identifique com o bairro é muito importante para quem nasceu, cresceu e mora na Cova da Moura", disse à Agência Lusa Paulo Barradas, um dos criadores da marca.

Paulo Barradas disse ainda que a roupa KM surgiu porque os jovens do bairro estava "sempre a dizer KM" e acharam interessante criar "algo original com essa marca".

Para o jovem, a marca KM "é uma forma de mostrar o orgulho de morar na Cova da Moura" e "uma ajuda na divulgação de uma imagem positiva do bairro, que muitas vezes é conhecida pelos piores motivos".

Os bonés, as camisolas e os tops têm as mais variadas cores, mas o que os distingue das outras peças de roupa são os bordados com as letras KM e com as frases em crioulo.

"Mi Gó!!!" (Não me importa) e "Dêxa mundo papia" (Deixa o mundo falar) são algumas das frases escritas nas camisolas, que - segundo Paulo Barradas - são também uma mensagem.

Paulo Barradas, 27 anos e director de produção de uma empresa têxtil, adiantou que a divulgação da marca KM foi feita "boca a boca" e mais tarde foi publicitada no site http://kovam.no.sapo.pt, no qual podem ser feitas encomendas, embora os produtos sejam vendidos num café do bairro.

A roupa, que já começa a ser procurada por jovens que moram fora do bairro, tem mais saída nos meses de Verão, estando o criador a estudar a nova colecção, principalmente os desenhos e as frases que vão ser colocados nas camisolas, tops e bonés.

Paulo Barradas considerou que este "negócio não é lucrativo", até porque a marca "não foi criada com a perspectiva de ganhar dinheiro".

"Não se ganha nem se perde. Se quisesse viver deste negócio deixava de trabalhar e montava uma loja", salientou, adiantando que as camisolas e os tops são vendidos a dez euros, enquanto os bonés a sete euros.

As roupas são compradas em fábricas, que depois são estampadas ou bordadas pelos jovens.

In Diário de Notícias - 02-03-2007

Sem comentários: