terça-feira, fevereiro 21, 2006

Massa Crítica Carnavalesca


MASSA CRÍTICA CARNAVALESCA
- 24 FEVEREIRO 2006 -

18H00 - LISBOA, MARQUÊS DE POMBAL
18H30 - PORTO, PRAÇA DOS LEÕES


A Massa Crítica (também designada de Bicicletada) está inserida no contexto de um movimento internacional de nome “Critical Mass”, iniciado em São Francisco há já 10 anos. A ideia consiste em realizar um passeio lúdico e reivindicativo de bicicleta pelas ruas da cidade. Neste passeio os participantes devem divulgar de maneira criativa o uso de bicicletas e protestar contra o uso abusivo de transportes poluentes.

Objectivos:
1. Divulgar e promover o uso da bicicleta como meio de transporte;

2. Criar condições favoráveis ao uso da bicicleta como meio de transporte;

3. Tornar mais ecológicos os sistemas de mobilidade e transporte.

Resumo dos Princípios:
Não há hierarquia de cargos. As decisões são tomadas por consenso. A Massa Crítica é um movimento apartidário e não-comercial. A participação é aberta a qualquer pessoa ou entidade interessada que esteja de acordo com os objectivos do movimento. Para participar na Massa Crítica, basta comparecer no local combinado, no dia e hora marcados com a sua bicicleta, skate ou patins. Não é preciso fazer qualquer tipo de inscrição ou pagar qualquer taxa. Os roteiros são decididos na hora e podem ser realizados por todos, inclusive principiantes. Pode trazer seus próprios panfletos, cartazes ou faixas ou usar os já existentes. Se é automobilista e não pode participar na Massa Crítica pedalando, o seu apoio também é bem vindo, seja divulgando a causa, seja respeitando o ciclista no seu dia a dia.

Traga a sua máscara, nariz de palhaço e corneta.
Massa Crítica Carnavalesca

Para mais informações visite http://massacriticapt.net

2 comentários:

Anónimo disse...

Hoje participei pela primeira vez na Massa Crítica. Após vários meses a acompanhar as discussões na lista, finalmente chegou a altura de pegar na minha bicicleta, ir para a estrada e juntar-me ao grupo.

Entusiasmo e um "nervoso miudinho" tomaram conta de mim ao longo das horas que antecederam a MC. Será que vão estar muitas pessoas? Será que os media vão lá estar para nos ajudar a difundir a mensagem? Será que vai ser divertido? Qual a sensação de andar de bicicleta pela rotunda do marquês, local imediatamente associado a trânsito automóvel? Todas estas questões fluiam na minha mente.

Ao chegar ao ponto de encontro logo vi que um número considerável de participantes já tinha chegado. Os media também lá estavam, a entrevistar e a tirar fotos. Dois fotografos. Três jornalistas: revista Sábado, rádio clube português e a outra não sei.

Um polícia de trânsito veio ter com o grupo e se, inicialmente, pensei que vinha chatear, logo percebi que tinha atitude oposta. Recordo-me das seguintes palavras: "Vocês deviam fazer isto todos os dias. Talvez assim eles (automobilistas) não andassem em excesso de velocidade." Fiquei positivamente surpreendido.

Após algum tempo de espera por participantes começamos por dar algumas voltas à rotunda. Pelas minhas contas estavam cerca de 25 ciclistas e 2 patinadores. Enquanto davamos várias voltas à rotunda reparei num patinador
bastante dinâmico que distribuia flyers pelos automobilistas.

Quando o excelente sistema de som estava montado seguimos ainda mais animados em direcção ao Rato. Excelente seleção musical.

De facto, andar em grupo e por estradas que habitualmente são ocupadas por carros, é uma sensação muito forte e de poder. Poder no sentido de (re)conquistar e transformar o espaço público. Senti que de bicicleta tenho tanto direito de estar na estrada como um carro. Senti que de bicicleta impus uma presença e fiz com que vários automobilistas agissem de forma diferente. Eles tiveram de estabelecer uma relação com a bicicleta, outro veículo menos comum. Tiveram de se adaptar. Não sei se estou a conseguir transmitir bem este sentimento em palavras. Apenas posso dizer que é uma óptima sensação e realmente transformadora da realidade. É assim que sinto.

Do Rato fomos para a Av. Infante Santo e em direcção a Alcântara. Neste local um dos participantes teve um furo. Algumas pessoas ficaram a ajudar e o resto do grupo seguiu pela 24 de Julho em direcção ao Cais do Sodré.

Não posso deixar de referir a "corneta maravilha" que chamava a atenção de toda a gente. Óptimo instrumento.

Seguimos depois pela Baixa, Av. Liberdade e Marquês. Algumas pessoas ainda seguiram para a Alameda, onde estavam a ser passados filmes sobre vegetarianismo e sobre o 11 de Setembro.

Tal como me disse um dos participantes na MC, acaba-se por criar um certo
vicio. Concordo totalmente! Eu fiquei com imensa vontade de voltar a
participar e insistir MC após MC na mudança de mentalidades, ocupando o
espaço que se julga, erradamente, ser apenas dos veículos motorizados.

Já estou a contar os dias para a próxima MC e a magicar na minha cabeça
formas de atrair mais participantes... Já estou a imaginar... MC em Lisboa
com uma centena de participantes :)

Anónimo disse...

O relato refere-se à Massa Crítica de Janeiro 2006-