quinta-feira, fevereiro 28, 2008
Amadora: Projecto de empreendedorismo desafia jovens, reclusos ou imigrantes a "fazer a diferença"
Amadora, Lisboa, 27 Fev (Lusa) - A Câmara da Amadora apresenta quinta-feira o "Amadora EMPREENDE", um programa que pretende "fazer a diferença" ao apoiar a concretização de novos projectos empresariais concebidos por munícipes jovens ou socialmente vulneráveis, como reclusos, deficientes ou imigrantes.
Criado em parceria com o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e a Fundação Calouste Gulbenkian, o "Amadora EMPREENDE" visa potenciar a emancipação económica de pessoas dinâmicas e com espírito de iniciativa, mas que, devido à idade, à falta de experiência ou à sua situação social "débil", vêem dificultado o acesso a um emprego.
"No momento económico em que estamos, é mais importante as pessoas preparem-se para serem independentes, em vez de procurarem quem lhes dê trabalho", afirmou hoje à Lusa a professora Virgínia Trigo, do ISCTE.
"Este programa serve para formar, dar um conjunto de competências e desenvolver comportamentos, porque o empreendedorismo é sobretudo um comportamento, é ter auto-confiança para se ser criativo e encontrar soluções para problemas existentes", explicou, sublinhando que o objectivo é também obter casos de sucesso que sirvam de exemplo a quem não acredita ser possível sair da dependência profissional.
Quinta-feira, nos Recreios da Amadora, será lançado o primeiro projecto do "Amadora EMPREENDE" - o "Incubadora Quick", destinado a jovens entre os 18 e 30 anos.
Em Abril, abrem as candidaturas para o plano "Quem não arrisca não petisca", que pretende dar uma nova oportunidade a grupos de risco, como reclusos e ex-reclusos, pessoas com deficiência, imigrantes ou mulheres com mais dificuldades de emancipação económica.
Ambos os programas implicam a avaliação e selecção das ideias de negócio apresentadas pelo Centro de Empreendedorismo Audax do ISCTE, bem como o posterior apoio ao seu desenvolvimento, através de acções de formação, e à obtenção de financiamento.
"É um projecto que pode realmente fazer a diferença, porque estamos no campo de fazer as coisas em vez de as dizer apenas. Esperamos entrar num ciclo dinâmico e contínuo em que circulam potenciais empreendedores e mesmo quem não for seleccionado tem nesta preparação uma fonte enorme de aprendizagem", defendeu Virgínia Trigo.
A professora sublinhou ainda que é essencial desenvolver o empreendedorismo de cariz social, relacionada com as competências, os atributos e a personalidade individuais - as três vertentes que definem um empreendedor com "sustentabilidade na economia e no tempo".
"Num mundo tão complexo como o de hoje, não podemos ter soluções antigas para problemas novos. Se a sociedade não estiver equilibrada, com potencial de crescimento humano, todos os que acreditam ter empregos seguros vão sofrer também", afirmou.
A sessão de apresentação do "Amadora EMPREENDE" será antecedida de um "workshop" aberto ao público sobre a iniciativa comunitária "MILE - Managing Migration and Integration at Local Level", também centrado no conceito de empreendedorismo social e destinado a imigrantes.
Fonte: RTP
Página oficial do Programa Amadora Empreende
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