terça-feira, janeiro 10, 2006

Amadora: Moradores queixam-se do barulho dos comboios


Um grupo de moradores em várias zonas da Amadora, afectados pelo barulho da circulação ferroviária na Linha de Sintra, quer que a Câmara aprove a Carta de Ruído do concelho. O objectivo é exigir que a CP troque os comboios vermelhos por outros menos ruidosos.

Embora a Refer, que faz a gestão e manutenção da linha, tenha já iniciado a colocação de barreiras acústicas até à estação da Amadora, a população acredita que, depois, a lei do ruído vai continuar a ser violada devido à circulação das composições mais barulhentas.

Através da Carta de Ruído, em elaboração pela autarquia, o grupo de cidadãos espera ter legitimidade para contestar a circulação dos comboios. «Não se compreende que numa zona onde vive tanta gente nas imediações da linha circulem composições tão ruidosas», acusa António Pereira, morador na Praceta Sagres, à Venteira. «Já pedimos à Câmara uma reunião para sabermos quando será aprovada a carta de ruído, para depois podermos exigir à CP que altere os comboios», acrescenta António Pereira.

Para Gabriel Oliveira, vereador do Ambiente, a Carta do Ruído «por si só não irá resolver o problema». Defende que «tem que haver vontade da Refer, CP e Ministério do Ambiente para que a lei seja cumprida».

Mas as queixas repetem-se noutras zonas da Amadora. «Estamos à espera que terminem a colocação de barreiras acústicas para voltarmos a fazer medições e provar que as barreiras não resolvem o problema. Com a agravante que a empreitada só será feita até ao início da estação da Amadora, ficando o resto do território por cobrir», afirma Jorge Godinho, morador na Avenida Cardoso Lopes.

Por seu turno, a CP garante que os «comboios vermelhos cumprem, na íntegra, todas as normas europeias no que respeita à emissão de ruído», acrescentando que «não está previsto para breve novos investimentos em material circulante na linha de Sintra». A solução «passa pela instalação de mecanismos mais eficazes de redução de ruído», defende a empresa. A Refer compromete-se a cumprir a directiva comunitária que estabelece planos de acção destinados a gerir problemas e efeitos do ruído, mas o dead line é 2013.


In Jornal de Notícias
10 de Janeiro de 2006

5 comentários:

Anónimo disse...

Pela pertinência, tomei a liberdade de referir o tema no Ondas. Obrigado. Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)

Anónimo disse...

Isto tem mesmo ar de ser um protesto à "Bloco de Esquerda". Se os comboios fossem silenciosos, com cadeirões individuais em pele para todos os utilitários e fosse servido champanhe durante a viagem ainda viriam dizer que o serviço prestado é uma vergonha e que deveria haver charros e putas à disposição.

Anónimo disse...

estamos a falar de comboios relativamento novos e modernos. melhor do que eu já andei em nova iorque e em londres e no entanto tudo o tuga se queixa da qualidade dos transportes de lisboa. só se compras autocarros, barcos e comboios de primeira ... pérolas para porcos
brunoh

Anónimo disse...

estão preocupados com o ruido dos
comboios?
acho que se deviam era preocupar mais
com os ASSALTOS nos comboios..

(já para não falar da Amadora toda)

Anónimo disse...

Talvez fosse bom você dar uma olhada ao site http://cidadaosamadora.web.simplesnet.pt/ . As barreiras acústicas, efectivamente, nao resolvem o problema do ruído ferroviário na Amadora. Existem soluções mais modernas e, porventura, mais eficazes de resolver a problemática deste tipo de ruído. Pois todos temos direito a um ambiente saudável e livre de ruído.
Sem filiações partidárias, apenas queremos defender o que é direito de todos - um ambiente saudável.
RBF