A população da Amadora não está satisfeita com o lixo que se vai acumulando nas ruas da cidade. Um pouco por todo o concelho vêem-se papéis no chão, caixotes abandonados e dejectos caninos nos passeios e na relva das zonas ajardinadas. "Ali no Parque Central é uma vergonha. A falta de civismo das pessoas é gritante. Mas a câmara também tem culpa. Eu moro na Mina, na Rua 9 de Abril, e chegam a passar-se 20 dias sem que a minha rua seja limpa", lamentou Sofia Gonçalves, uma das moradoras que se insurgiram contra o problema na última reunião pública do executivo municipal. "Na Avenida Dr. Armando Romão, nos Moinhos da Funcheira, as zonas verdes estão cheias de ervas daninhas e conspurcadas de lixo", criticou também Maria Adozinda Pinto.
Há muito que as queixas contra a falta de limpeza pública e a acumulação de resíduos fazem parte do dia-a-dia da cidade. Nos últimos anos, o município iniciou um processo de descentralização destes serviços para as juntas de freguesia, disponibilizando-lhes varredoras mecânicas. Apostou também no reforço do número de moloks e de ecopontos para a recolha selectiva. Nalgumas zonas, a situação melhorou. Noutras, manteve-se, porque os meios humanos continuam a ser poucos e a própria morfologia urbana também não lhes facilita a tarefa. "Na Brandoa há ruas em que é impossível pôr moloks, porque o carro do lixo não entra lá. Nem sequer podemos ter contentores de mil litros. Têm de ser dos de 240", confirmou ao DN Eduardo Rosa, vereador do Ambiente e Higiene Urbana.
Para minorar o problema da limpeza pública da cidade, a autarquia inaugurou, na madrugada da passada quinta-feira, dois novos circuitos nocturnos de recolha do lixo dos moloks. De dia, já existem dez. Agora à noite, passam a ser seis. "Somos o concelho do país com mais moloks. Temos mais de 700", assegura o vereador. Só nos últimos meses, foram colocados mais 124. Em freguesias como a Falagueira e a Venda Nova já foram instalados todos os que havia para instalar. A Mina está quase completa. A Reboleira e a Venteira, que têm muitas zonas subterrâneas ocupadas com cabos que não permitem essa instalação, são as situações mais problemáticas. Durante o primeiro semestre deste ano, a Divisão de Higiene e Salubridade vai elaborar um estudo para determinar quantos mais terão de ser colocados. Eduardo Rosa acredita, no entanto, que esse número não ultrapassará os cem.
Para melhorar a limpeza das ruas, está ainda prevista a aquisição de quatro novas varredouras mecânicas de média capacidade, que se vão juntar às duas compradas em 2006. Para remover os lixos dos ecopontos, foram também já encomendadas mais cinco viaturas de recolha. Só este ano, o município vai gastar dois milhões de euros em equipamentos de limpeza pesados e mais meio milhão de euros em novas descentralizações para as juntas, já a partir deste mês.
In Diário de Notícias - 4.2.2007
terça-feira, fevereiro 13, 2007
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