segunda-feira, agosto 22, 2005

Betão avança - ainda mais - na Amadora

Os construtores civis e a banca convergem na lavra de uma espécie de ouro cinzento. E apesar de Portugal deter o maior índice de construção de habitação nova na União Europeia e de existirem já casas a mais, multiplicam-se os projectos para cimentar o país.

AMADORA

O maior empreendimento imobiliário previsto para o território da Amadora é a Quinta do Estado, que o Notícias da Amadora noticiou nas suas edições de 5 e 19 de Maio de 2005. O estudo de urbanização para a área da Falagueira –Venda Nova prevê a construção de mais de dez mil fogos (no seu valor máximo) para acolher 27.400 habitantes na Quinta do Estado.
A comercialização dos terrenos premeia a empresa privada que integra a parceria com empresas do Estado, cujo negócio foi celebrado pelo Governo de Durão Barroso. O lucro pode render «quase dois mil milhões de euros», de acordo com o presidente da Junta de Freguesia de Benfica. O prejuízo traduzir-se-á no impacto que o traçado da circular regional interior de Lisboa (CRIL) causar aos moradores e no aumento da densidade populacional do concelho.
O desenvolvimento das operações de urbanização e a sua gestão «estão dependentes» da alteração do Plano Director Municipal da Amadora. Entretanto, o protocolo a celebrar entre o Estado e o grupo de Vasco Pereira Coutinho, no âmbito do Plano de Pormenor da Falagueira, Damaia de Baixo e Venda Nova, envolveu igualmente a Câmara Municipal da Amadora e mais 13 proprietários (Acintor, Alves Ribeiro, Bombardier, Edifer, F. Caneças e A. Caneças, Falur, Herdeiros de Hermínia Pessoa, Imorretalho, J. Salvado e A. Santos, J.L.F. – Sociedade de Construções, José Conceição Guilherme, Santos e Corgas e Sotancro).

No âmbito do contrato de consórcio entre a Consest (Estado) e a Cottees (privado) prefiguram-se vários cenários, os quais perspectivam uma edificabilidade e densidade populacional que ultrapassa os índices previstos no Plano Director Municipal (PDM) em vigor e que deverá ser revisto até ao final do ano.

A Quinta do Estado ocupa 37,5 por cento da área do Plano de Pormenor da Falagueira, o qual compreende a zona industrial da Venda Nova. Aí verifica-se uma forte pressão, que pretende transformar em imobiliário, particularmente as zonas de melhores acessibilidades. É também o caso do complexo desportivo da Reboleira, que fica junto à estação de caminho de ferro.

In Notícias da Amadora, Semanário Popular, Edição 1613, 28.07.2005

1 comentário:

João Soares disse...

Pois é...inumeros casos como este sobre a Quinta da Falagueira e outras em Portugal mostram como o Estado não pretende assegurar o seu património, também. Porque é que também os seus proprietários e/ou herdeiros não criam uma associação em defesa deste rico acervo que eram as Quintas romanticas, com os seus jardins e árvores agora centenárias? Poruqe não contactam as Associações ecologistas??
Um abraço
BioTerra
P.S. Já linkei o vosso blogue tb.